segunda-feira, 2 de abril de 2007

A Televisão a Leste


As emissões televisivas na ex-URSS começaram em 1939


Durante o regime comunista (1922 a 1991), o Estado soviético controlava todos os meios de comunicação e usava-os para difundir as suas decisões e facilitar a execução das directivas governamentais sobre a economia, a segurança nacional e as funções administrativas.
Moscovo controlava as comunicações e as várias jurisdições subnacionais (Estados soviéticos, regiões e províncias) gozavam de pouca autonomia. Esta centralização forçou a União Soviética a adquirir os meios para a distribuição de sinais sobre uma vasta área e forneceu o ímpeto para o desenvolvimento das comunicações por satélite, que começou com o lançamento do sistema de comunicação por satélite Molniya em 1965. Apesar do sucesso do sistema, a tecnologia soviética foi incapaz de corresponder às crescentes exigências de informação na década de 80, tendo sido necessário importar equipamento digital do Ocidente.
A rádio e a televisão eram monopólio do Estado. Nos finais da década de 80 este controlo começou a enfraquecer à medida que histórias detalhadas sobre casos como o do desastre de Chernobyl chegavam ao público, algo que era impossível antes dos tempos da “glassnot” de Gorbatchov.
Após setenta e cinco anos de controlo estatal, com colapso da União Soviética em finais de 1991, os meios de comunicação viram a sua actividade ser cada vez menos restringida. Os media começaram a desempenhar um papel fundamental para a formação da opinião pública acerca de acontecimentos que marcaram a sociedade russa da década de 90, tais como o conflito na Tchetchénia e as crises económicas e as políticas.
A rádio e a televisão russa passaram por profundas mudanças, atravessando um processo de descentralização a nível regional e local.
Em meados da década, três grandes televisões estatais forneciam a maior parte da programação do país, nomeadamente a ORT (televisão pública russa), a RTR (televisão estatal russa) e a Televisão de São Petersburgo, que serve fundamentalmente a zona metropolitana de São Petersburgo.
As companhias independentes desempenharam um papel importante na televisão e rádio russas. Em 1995, existiam cerca de 800 empresas. Em 1996, os maiores canais privados de televisão era a TV-6, com uma audiência potencial de 60 milhões de telespectadores e a NTV, com uma audiência potencial de 100 milhões de telespectadores.
As instalações de retransmissão pertencem ao Estado, sendo que as empresas de programação têm que pagar a difusão. O controlo sobre os retransmissores deu ao governo um poderoso meio para influenciar o conteúdo da programação. Isto levou a que as empresas independentes começassem a transmitir os conteúdos por cabo ou através de serviços de televisão por satélite, permitindo que televisões como a NTV, em cooperação com a corporação Inter TV, criassem a NTV Internacional, que chegava a telespectadores da América, Europa, Médio Oriente, Norte de África e Austrália, bem como a transmissão do canal NTV para a Europa e Médio Oriente.
Nos anos 90, a televisão chegava a um número cada vez maior de russos com uma maior variedade de programação, existindo, em 1992, cerca de 55 milhões de televisores.


---------------------------------------------


Na era Putin os jornalistas, que são críticos em relação à política do governo, têm sido alvo de represálias e de falta de liberdade de expressão, chegando-nos frequentemente notícias de assassinatos, como o caso recente da jornalista Anna Politkovskaia, morta a tiro em Moscovo.
Nos países que foram da esfera da ex-URSS, como a Bielo-Rússia, a Ucrânia e, ainda, a Bulgária, aparentemente a “repressão” não se faz sentir do mesmo modo, a julgar pelas notícias a que temos acesso.



[Fonte principal / adaptado de: http://geopolitica.weblog.com.pt/arquivo/022122.html]
[Carla Neves]

Sem comentários: