terça-feira, 17 de abril de 2007

Geração Download


Numa geração em que a Internet já faz parte do dia a dia, obter o último grito no mundo dos jogos, a música do momento ou aquele filme que tanto desejamos ver deixou de ser um problema. O download, legal ou ilegal, é algo que está à distância de meia dúzia de click’s.



Nos dias que correm, é muito fácil obter ficheiros através do download. O download é a transferência de dados de um computador remoto para um computador local. Ao processo inverso chamamos upload. Quando existe a junção destes dois processos temos uma ligação de rede virtual denominada Peer-to-Peer (P2P), que é constituída por computadores ou outros tipos de unidades de processamento que não possuem um papel fixo de cliente ou servidor e que, pelo contrário, costumam ser considerados de igual nível, assumindo o papel de cliente ou de servidor consoante envia ou recebe dados.
Existem diversas formas de fazer download’s. Estes podem ser feitos através de protocolos BitTorrent ou por partilha de ficheiros em rede, como por exemplo o eMule. Tanto um como o outro são do género de partilha de arquivos através de ligações P2P.


eMule


O eMule foi lançado a 13 de Maio de 2002. É um aplicativo de partilha de arquivos através de P2P que trabalha com as redes eDonkey2000 e Kad. O eMule é um software livre, lançado sob a GNU General Public License, e possui versões para Microsoft Windows.
Os diferenciais do eMule são a troca de link’s entre os clientes, rápida recuperação de download’s corrompidos e o uso de um sistema de créditos para premiar os utilizadores que fazem mais upload’s. Este transmite os dados de forma compactada, para poupar largura de banda, e tem a habilidade de aceitar link’s “ed2k” de um navegador e começar o download dos arquivos a que este se refere.
Grande parte dos utilizadores do eMule fazem download’s de arquivos superiores a 100MB e isso cria um grande número de filas de espera. Tal torna o eMule muito difícil de usar para a troca de pequenos e grandes arquivos do mesmo utilizador.A característica mais importante do eMule é o facto de este forçar o utilizador a partilhar arquivos por dois métodos: enquanto um utilizador está a fazer o download de um ficheiro é obrigado a partilhar as partes que já recebeu até que o este termine; se um utilizador limitar a sua taxa de upload, o eMule reduz automaticamente a taxa de download.


BitTorrent


BitTorrent é um protocolo, lançado em 2003, que permite a realização de download’s indicados em websites.
Na rede BitTorrent os arquivos são divididos em pedaços de, aproximadamente, 256Kb. Ao contrário de outras redes, os utilizadores da rede BitTorrent partilham pedaços em ordem aleatória, que podem ser reconstituídos, mais tarde, para formar o arquivo final. Este sistema de partilha optimiza o desempenho geral da rede, uma vez que não existem filas de espera e todos partilham pedaços entre si, não sobrecarregando um servidor central. Desta forma, quanto maior for o número de utilizadores a fazer o download de um determinado arquivo, mais largura de banda se torna disponível.
O protocolo BitTorrent é óptimo para utilizadores de banda larga, mas é pouco eficiente com ligações por modem, devido à grande instabilidade das mesmas.


A questão da ilegalidade dos download’s tem levantado alguma polémica, sendo que é punível juridicamente. Algumas indústrias encontraram formas de possibilitar o download legal a um preço acessível, mas são poucas as pessoas que utilizam esses serviços.
O download ilegal já é visto, não como um acto inocente de um jovem (ou adulto) para obter gratuitamente um ficheiro que deseja, mas sim como uma rede organizada que vende, a preços baixos, software e CD’s de áudio que não estão ainda disponíveis no mercado, ou DVD’s de filmes que ainda não estão em exibição no cinema.



[Nota: informações retiradas e adaptadas do site http://pt.wikipédia.org]
[Bruno F. Moutinho]
O Moodle na ESPA
Sendo o Moodle uma plataforma e-learning difundida em quase todas as escolas secundárias, também a nossa escola (Escola Secundária de Pedro Alexandrino - ESPA) usufrui deste serviço. Apesar de só agora ter começado a dar os seus primeiros passos, este encontra-se cada vez mais aberto à comunidade escolar.
O Moodle é uma plataforma e-learning, ou seja, uma página dedicada à educação. As plataformas Moodle encontram-se difundidas em todo o mundo, inclusive em Portugal. Já quase todas as escolas secundárias têm uma plataforma Moodle ao serviço da sua comunidade escolar.
O Moodle da ESPA encontra-se alojado no Centro de Competências entre Mar e Serra e está aberto à comunidade escolar desde finais de Setembro. Inicialmente encontrava-se apenas à disposição do corpo docente da escola, à excepção das disciplinas da Área de Alunos, Conselho Executivo e da Área de Professores, onde se encontram os Clubes de História e Matemática.
Com a explosão das Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas, devido ao CRIE (Computadores, Redes e Internet na Escola), o servidor onde estava alojado o Moodle começou a não dar a resposta pretendida, originando, assim, uma mudança de servidor. Surge, então, o endereço http://moodle.espa.edu.pt/. Com esta mudança, o Moodle ESPA cresceu e encontra-se mais aberto à comunidade escolar. É utilizado como comunicação entre os membros docentes, discentes e funcionários.
Devido a uma certa carência no que diz respeito à divulgação, o Moodle Espa conta apenas com o registo de 305 utilizadores.
A equipa responsável pelo Moodle ESPA é constituída pelos professores Ercília Ferreira e Francisco Correia. Apesar de já não pertencer à equipa, é de toda a justiça mencionar o professor José Morgado, uma vez que foi quem deu início a este projecto.
Embora haja possibilidades ainda não exploradas, a ESPA vai beneficiar de um local onde se pode fazer uma “escola virtual”, como por exemplo, o professor receber os trabalhos dos alunos na plataforma corrigir, classificar pedir correcções e tudo o mais que o saber e a imaginação permitir.
Assim o que temos é de nos darmos a nós próprios uma oportunidade para podermos vir a criar em pleno uma comunidade de sucesso participativa e abrangente.
[Nota: texto adaptado das informações dadas pela professora Ercília Ferreira]
[Bruno F. Moutinho]
Prevenção e Eliminação da Exploração do Trabalho Infantil

A sessão sobre a prevenção e eliminação da exploração do trabalho infantil, evento organizado pelo grupo de Área de Projecto da turma 12º SE, Daniel Caetano, João Cunha e Ricardo Nunes, que se realizou no dia / de Fevereiro de 2007, às 10.30 horas, contou com a colaboração de duas convidadas do Instituto de Apoio à Criança – IAC, Ana Perdigão e Ana Souto Maior, licenciadas em Direito e exercem apoio nesta comissão.
A sessão teve início com o esclarecimento sobre o que é o Instituto de Apoio às Crianças – IAC. Este tem 24 anos e exerce apoio sobre todas as crianças até aos 18 anos de idade.
“As crianças transtornam-se muito mais com as coisas do que os adultos, o que pode transformar as crianças em adultos com pouca mentalidade. A preocupação por parte do instituto é a primeira acção perante a criança.” - diz Ana Perdigão.
Em relação aos direitos das crianças ninguém tem direito superior ao outro, todos somos iguais.
Ficámos todos espantados quando ouvimos as convidadas dizerem que há alguns anos, os direitos dos animais eram mais respeitados que o direito das crianças; que o incesto em Portugal não é considerado crime, só é considerado crime o abuso sexual.
Os alunos do 12º SE que fizeram a organização, apresentaram as convidadas, distribuíram um folheto sobre os direitos das crianças e encerraram o evento.
A sessão foi muito interessante e fez com que esclarecêssemos algumas dúvidas, por isso no seu decorrer houve várias interrupções, o que mostrou o interesse do auditório.
[Texto:Carla Neves / fotos: Bruno F. Moutinho]
7ª Sessão de Prazeres Literários


A sétima sessão das “Conversas de Fim de Tarde”, evento organizado pelo 11º TOE (Técnico de Organização de Eventos), que se realizou no dia 8 de Fevereiro de 2007, às 17 horas, contou com a participação dos alunos Ivo e João Araújo, do 8º1ª, e com os professores Rosário Luís, docente de Português, e João Simões, docente de Educação Visual. Entre as apresentações de Álvaro Magalhães (com a polissemia da palavra Porta), de Miguel Torga (na comemoração do centenário do seu nascimento) e da pintora Vieira da Silva, propiciaram-se momentos de convívio cultural.
A sessão inicia-se com a intervenção dos alunos do 8º1ª, que traçaram alguns aspectos biográficos de Álvaro Magalhães, usando, inclusive, alguns poemas do autor. Verificámos que o escritor brinca com a polissemia da palavra porta, e que segundo o mesmo, “para nascer e morrer também é preciso passar uma porta”.
Segue-lhes a professora Rosário Luís que caracteriza Miguel Torga como sendo o escritor da Literatura Portuguesa mais importante. Descrevendo esta apresentação como “uma homenagem sentida da minha parte”. Foca alguns aspectos biográficos do poeta e, apesar do pouco tempo que lhe resta, recorre sempre à leitura de alguns poemas do escritor afirmando “eu tenho mesmo de ler!”. Podemos mesmo dizer, que se notava um imenso prazer desta professora na apresentação “do autor da sua vida”.
Por fim, segue-se o professor João Simões que apresenta a pintora Maria Helena Vieira da Silva, caracterizando-a “como uma personagem importantíssima da nossa cultura”. Este professor deu a conhecer Vieira da Silva através de um discurso simples e, com uma magnífica montagem, informou-nos, de uma maneira clara, sobre a perspectiva canónica de Vieira da Silva. Isto é, aliciou o público a um momento de prazer e absorção de sabedoria. Podemos observar uma das suas pinturas na estação do metro da Cidade Universitária.
Houve, ainda, um pedido, por parte dos alunos e professores da noite, para a repetição da apresentação da pintora Vieira da Silva.
A sessão encerra com um pequeno debate de “reflexão” sobre as obras da pintora.
Ao contrário da última sessão de “Conversas de Fim de Tarde”, estiveram presentes três turmas, o que levou à mudança de espaço à última da hora. O facto da sessão ter iniciado com onze minutos de atraso, fez com que esta terminasse depois das 19 horas, que era o tempo, inicialmente, previsto, por isso, às 18h e 20m já tinha saído a maior parte do auditório.
[Texto: Cátia Santos / Fotografia: Bruno F. Moutinho]

quarta-feira, 4 de abril de 2007

56,40% de Abstenção “Democrática”
No dia 11 de Fevereiro do presente ano, foi colocada a questão sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez aos portugueses. Em 43,60% de votantes, 59,24% foram a favor do “Sim” e 40,76% a favor do não. Ao contrário do que dizem, não foi o “Sim” que ganhou, mas sim a “Abstenção”.
Apesar da grande polémica, debates e movimentos políticos e civis, a maioria dos portugueses optou por não votar ou pelo voto nulo ou branco. Apenas 43,60% da população portuguesa respondeu à questão colocada em Referendo Nacional, “Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado”, tenho ganho o “Sim” com 59,24% face aos 40,76% do “Não”.
A taxa de participação neste referendo, não tendo sido elevada, foi superior à registada no referendo homólogo de 1998. A 28 de Junho de 1998, apenas 31,9% de eleitores votaram no referendo, tendo sido a abstenção de 61,8%.
Os elevados números de abstenção revelam um profundo esquecimento face a lutas passadas. Ao fim de tantos anos a lutar pelo direito à democracia, e agora que temos a oportunidade de decidir, em conjunto, o rumo do nosso país, parece que o “pequeno” português deixa-se superar pelas condições climáticas.
[Nota: informações estatísticas retiradas do site http://www.marktest.com]
[Bruno F. Moutinho]
Páscoa à Portuguesa
Páscoa é uma festa cristã que celebra a ressurreição de Jesus Cristo. É o dia santo mais importante, a sua festa é maior do que a do Natal. É quando as pessoas vão às igrejas e participam nas cerimónias religiosas.
A festa tradicional associa a imagem do coelho, um símbolo de fertilidade, e ovos pintados com cores brilhantes, vivas, representando a luz solar, dados como presentes. A origem do símbolo do colho vem do facto de que os coelhos são notáveis pela sua capacidade de reprodução. Como a Páscoa é ressurreição, é renascimento, nada melhor do que os coelhos, para simbolizar a fertilidade.
O dia da Páscoa é o primeiro Domingo depois da lua cheia que ocorre no dia ou depois de 21 de Março (a data do equinócio). Entretanto, a data da lua cheia não é a real, mas a definida nas tabelas Eclesiásticas.
A quarta-feira de Cinzas ocorre 46 dias antes da Páscoa, e portanto a terça-feira de Carnaval ocorre 47 dias antes. Esse é o período de Quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas.
A sequência das datas varia de ano para ano, sendo no mínimo a 22 de Março e no máximo a 24 de Abril, transformando assim a Páscoa numa festa “móvel”.
Na quarta-feira de Cinzas acaba-se o longo período de jejum da Quaresma e inicia-se o consumo alargado de carne (de cabrito, borrego, cabra, leitão ou lombo de boi).
Bem típico de toda a quadra pascal são os folares, feitos com farinha de trigo, ovos, leite, azeite, banha, açúcar, fermento, canela e ervas aromáticas, com um ou mais ovos incrustados (visíveis) na sua massa seca e doce.
Em muitas zonas do país, quando o Compasso (Padre) vai de em casa, também recebe ofertas brancas, meia-dúzia ou uma dúzia de ovos.
Há quem considere todas estas tradições alimentares pascais uma forma de celebrar o aparecimento dos primeiros ninhos, em toda a natureza. E assim, pela sua forma e decoração, muitos vêem as tradicionais amêndoas (cobertas de açúcar) que se dão nesta quadra como “uma nova figuração e consagração do ovo”.

[Nota: texto adaptado do site http://venus.rdc.puc-rio.br/kids/kidlink/kidcafe-esc/significado.html; Revista Saberes e Sabores, Abril 1994]

[Neide Moura]
O Leste Europeu
A Europa de Leste é uma região que abriga países situados na parte central ou oriental do continente europeu.
O Leste Europeu compreende inúmeros países: a Albânia; a Arménia; o Azerbeijão; a Bielo-Rússia; a Bósnia- -Herzegovina; a Bulgária; a República Checa; a Croácia; a Eslováquia; a Eslovénia; a Estónia; a Geórgia; a Hungria; a Letónia; a Lituânia; a República da Macedónia; a Moldávia; Montenegro; a Polónia; a Roménia; a Rússia; a Sérvia e a Ucrânia. Grande parte destes países apresenta várias similaridades, como a presença forte da etnia e dos idiomas eslavos, e da religião cristã ortodoxa. Além disso todos os estados-nações da região (à excepção da Grécia) adoptaram num dado momento das suas histórias o regime económico socialista e o regime político de partido único, entre os anos de 1945 e 1991.
A divisão entre a Europa de Leste ou Oriental e a Europa Ocidental ficou bem visível depois da cisão entre o bloco socialista e o capitalista. É considerada Europa Oriental desde a fronteira germano-polaca (Hungria, Eslovénia, Croácia) até aos montes Urais (divisão natural entre Europa e a Ásia).
No imaginário comum ocidental, bem como na maioria das fontes ocidentais, o Leste Europeu é quase sinónimo do termo “países europeus pós-comunistas”. Os habitantes e as fontes de informação nos países europeus pós-comunistas utilizam o termo Leste Europeu normalmente apenas em relação a países mais a leste geográfico da Europa: Rússia, Ucrânia, Bielo-Rússia e Moldávia. Os países situados a sul da Roménia, da Hungria e da Croácia são designados por Balcãs, enquanto a Polónia, a República Checa, a Eslováquia, a Hungria, a Eslovénia e, às vezes, a Croácia são normalmente designados por Europa Central.
O Leste Europeu apresenta também um relevo mais acidentado do que a média da Europa Ocidental, incluindo diversas cadeias montanhosas, cordilheiras e serras, como os Cárpatos e os Urais. O clima é predominantemente continental temperado e, no verão, as temperaturas podem oscilar entre os 24ºC e os 35ºC. Os Invernos, contudo, são muito rigorosos, com neve e frequentes temperaturas abaixo dos 0ºC. Além disso, esta região europeia possui um sistema hidrográfico muito amplo, com rios de longa extensão, que desaguam tanto no Mar Negro, quanto no Báltico. Entre os maiores contam-se o Danúbio, o Volga, o Dnieper, o Dniester, o Sava, o Drina e o Don. Na área da antiga União Soviética, o curso natural dos rios foi aproveitado para a construção de grandes canais navegáveis entre eles.
A maioria dos estados considerados normalmente como integrantes da Europa de Leste têm como língua oficial uma das línguas eslavas. Na Estónia e na Hungria falam-se línguas urálicas; na Lituânia e na Letónia, línguas bálticas, e na Moldávia e na Roménia são faladas as línguas românicas. Apenas quatro países da Europa de Leste (Rússia, Ucrânia, Bielo-Rússia e Bulgária) utilizam exclusivamente o alfabeto cirílico. Outros quatro (Sérvia, Bósnia- -Herzegovina, Montenegro e República da Macedónia) utilizam dois alfabetos – o cirílico e o latino. Já a Geórgia e a Arménia criaram os seus próprios alfabetos. Todos os outros utilizam exclusivamente o alfabeto latino, com modificações diacríticas.
No Leste da Europa existe também uma grande heterogeneidade religiosa. O Catolicismo é a religião predominante na Polónia, República Checa, Eslováquia, Hungria, Eslovénia, Croácia e Lituânia. O Cristianismo ortodoxo predomina na Rússia, Bielo-Rússia, Ucrânia, Moldávia, Roménia, Bulgária, Sérvia, Montenegro, República da Macedónia e Geórgia. O protestantismo predomina na Estónia e na Letónia. Já o Islão predomina na Bósnia-Herzegovina, Albânia e Azerbeijão.
[Nota: informação retirada do site da Wikipédia]
[Débora Ramalho]
Desportos do Leste
Do ténis ao futebol, passando pela ginástica, os países da Europa de Leste escreveram algumas das mais belas páginas da história do desporto no século XX.
Os atletas da antiga URSS coleccionaram um número impressionante de prémios internacionais antes de renunciar à sua supremacia.
Tal como todo o ideal soviético, também o seu futebol se encontrava imerso num manto de reverência e espanto; durante décadas as equipas do leste europeu eram encaradas com o mesmo respeito que era devido aos grandes colossos do futebol ocidental, graças à colectivização do seu jogo que fluía mecanicamente como o mais perfeito relógio suíço. A antiga equipa da URSS de futebol ganhou a competição inaugural em 1960, do campeonato da Europa, e ficou por três vezes em segundo lugar. No campeonato do mundo, o melhor que conseguiram foi um quarto lugar em 1966.
Os ginastas da antiga União Soviética faziam parte dos melhores do mundo. Nas competições internacionais, ficavam sempre nos pódios. Estes atletas entravam em alta competição, por vezes, com 14 anos, o que muitas vezes (e que ainda hoje acontece), devido à pressão psicológica, causava danos mentais e físicos nos atletas.
Devido à grande estatura dos atletas, eles nunca conseguiram concorrer em corridas de alta velocidade, mas por outro lado eram vencedores em desportos como o lançamento de disco, martelo, peso, dardo entre outros.
Essas estaturas são aproveitadas no Andebol, Basquetebol e Voleibol.
O “Czar” do salto à vara, Serguei Bubka, sagrou-se campeão do mundo 6 vezes consecutivas, passou mais de 40 vezes a marca dos 6 metros e bateu 35 vezes o recorde do mundo.
O Xadrez era e continua a ser dominador, em quase todos os países do Leste.
A quantidade de atletas na União Soviética era numeroso, por isso, era muito difícil entrar na selecção nacional da mesma, e os que entravam tinham de mostrar grande qualidade em todas as competições, se não, eram banidos.
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Ao longo dos anos, os desportos do Leste têm perdido importância, devido a atletas com grandes potencialidades que se naturalizam noutros países, e que decidem ficar nesses mesmos.
O futebol, andebol, basquetebol, voleibol, perderam relevo porque as gerações de ouro acabaram, ou seja, os jogadores que aparecem já não são tão bons como os do passado.
Mesmo assim, os ginastas do Leste têm conquistado quase a totalidade dos prémios nos campeonatos mundiais e europeus, tal como nos jogos olímpicos. Existem casos, em que aos 4 anos de idade eles treinam 15 horas por dia.
Com boas escolas de formação, nos anais dos Jogos Olímpicos, os desportistas da Europa de Leste ficam bem qualificados.
Além dos atletas de futebol espalhados pelos clubes europeus, também os outros desportos colectivos contam com atletas do Leste, que fazem parte das melhores equipas do mundo e dos melhores campeonatos. O Basquetebol, Voleibol, Andebol, são um bom exemplo disso.
Desportos individuais, como o Atletismo, o Halterofilismo, o Ténis, a Esgrima são muito praticados e tem muito sucesso a nível mundial. Muitos tenistas vão para os Estados Unidos, na esperança de encontrarem uma vida melhor e sucesso.
Com a neve e o frio no Inverno, os desportos de Inverno não ficam para trás, os esqui adores, os atletas do biatlo que por vezes fazem 30 Quilómetros numa única competição e a patinagem no gelo são sempre grandes esperanças nos Jogos Olímpicos de Inverno, seja em que país for.
A popularidade da ex-URSS no domínio do Xadrez está mais que provada. Esta paixão muito popular pratica-se até mesmo no canto de um banco no parque. Esse domínio fez com que nascessem os melhores jogadores do mundo como o Kasparov, Veselin Topalov, Viktor Ulyanovskyy, entre outros.
A Bielo-Rússia tem como desportos principais, o futebol e o Hóquei no gelo. Na Bulgária os desportos que as pessoas mais gostam são: o futebol, o Xadrez e o Halterofilismo. Por fim, na Ucrânia, o futebol também é dominador. Com a participação e um bom resultado no último Campeonato do Mundo, a população começou a seguir mais esse desporto.
[Pavel Tsiunchyk]
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
(URSS)
A URSS foi um país de proporções continentais, fundado a 30 de Dezembro de 1922 pela reunião dos países que formavam o antigo Império Russo, na Europa e na Ásia.
O número de repúblicas constitutivas variou ao longo do tempo, mas foi de quinze durante a maior parte da existência do país. A Albânia; a Alemanha do Leste; a Bulgária; a Checoslováquia; a Roménia; a Polónia e a Hungria eram os países satélite da URSS que integravam o pacto de Varsóvia.
A União Soviética (nome mais curto pelo qual é comummente conhecida) foi uma das duas superpotências durante a Guerra Fria. Sendo dissolvida em Dezembro de 1991.

[Nota: informação retirada do site da Wikipédia]
[Débora Ramalho]
História da União Soviética
O período de existência da União Soviética marcou profundamente a história da Era Contemporânea.

A História da União Soviética começa com a revolução de 1917 numa tentativa de implementar o comunismo por Vladimir Lenin, e tem fim no ano de 1991, quando o seu governo centralizado é dissolvido.
Divido nas correntes Bolchevique e Menchevique, o Partido Operário Social- -Democrata iniciou a Revolução Russa em 1917. Com o derrube do czar ocorrido em Fevereiro, foi instaurada uma república cuja estrutura de poder desde cedo se dividiu entre um parlamento convencional e sovietes populares (conselhos) que não se reconheciam mutuamente. As tensões assim geradas originaram a Revolução de Outubro, em Novembro de 1917.
Entre 1918 e 1922, logo após a Revolução Bolchevique, teve início a Guerra Civil na Rússia, entre os revolucionários (vermelhos) e os contra-revolucionários (brancos), que tiveram auxílio de tropas estrangeiras de intervenção enviadas pela França, Reino Unido, Japão, Estados Unidos e mais treze países.
Lenin implementou a NEP (sigla para Nova Política Económica) que recuperou alguns traços de capitalismo para incentivar a prematura economia soviética. Desta forma, o Partido Comunista russo e o governo dos sovietes pretendiam reconstruir a economia russa devastada pela invasão estrangeira.
Segundo Lenin, a NEP consistia num recuo táctico caracterizado pelo restabelecimento da livre iniciativa e da pequena propriedade privada, admitindo o apoio de financiamentos estrangeiros.
No ano de 1936, o regime de Josef Stalin expulsou e executou um número considerável de membros do Partido, entre eles muitos dos seus opositores. Tais actos foram chamados de Grandes Expurgos. Stalin acreditava que este seria o caminho para o comunismo, contudo esta atitude social contribuiu antes para a dissolução do próprio Estado e das classes sociais. Entre os actos cometidos para esse efeito, contam-se as nacionalizações e a aniquilação física da classe burguesa que o NEP havia recriado. Os verdadeiros comunistas criticam esta forma que Stalin utilizou para liquidar a propriedade privada por não concordarem com ela e acharem que esta só mancha a imagem do comunismo perante o mundo, pois o mesmo efeito poderia ter sido obtido sem a aniquilação física daquela classe.
De 1941 a 1945, a participação da União Soviética na Segunda Guerra Mundial ficou conhecida como a Grande Guerra Patriótica, combatendo os soviéticos contra as forças invasoras da Alemanha nazi, ao lado dos Aliados ocidentais. O sucessor de Stalin, Nikita Khrushchov, empreendeu uma política de denunciar os abusos do seu antecessor. Durante o congresso de 1956 do Partido Comunista da União Soviética, Khrushchov divulgou uma série de crimes de Stalin, renegando a herança do estalinismo e estabelecendo assim uma nova postura que criava um novo paradigma para o comunismo internacional.

Como resultado da Guerra Fria, a União Soviética viu-se envolvida numa corrida pela conquista do espaço contra os EUA. A URSS foi a nação que tomou a dianteira na exploração espacial ao enviar o primeiro satélite artificial, o Sputnik, e o primeiro homem ao espaço, Yuri Gagarin.
Entre 1956 e 1985, a União Soviética atingiu o auge geopolítico e tecnológico. Entretanto, também foi época de pouco crescimento económico e lentos avanços na qualidade de vida da população.
Mikhail Gorbatchov foi o último dirigente soviético. Defensor de ideias modernas, instituiu dois grandes projectos inovadores ao conservadorismo dos dirigentes: a perestroika (reconstrução económica) e a glasnost (transparência política).
A Perestroika, que teve início em 1986, foi concebida para introduzir um novo dinamismo na economia soviética, que passava por sérios problemas. A proposta também incentivava empresas estrangeiras a actuar no país.
Na área política e social, a Glasnost pretendeu colocar novos paradigmas no modo de vida soviético. Para que a União Soviética tivesse um desenvolvimento forte e profícuo, a proposta foi de acabar com a burocracia política, combater a corrupção e introduzir a democracia em todos os níveis de participação política. A Glasnost libertou assim dissidentes políticos e permitiu a liberdade de imprensa e expressão.
Contudo, dois anos depois da queda do Muro de Berlim (1989), o Estado Soviético entrou novamente em processo de decadência, precipitado pela tentativa de golpe contra Gorbatchov que enfrentou grandes resistências da oligarquia e dos burocratas partidários, acabando por ser destituído do cargo, o que conduziu ao fim da URSS a 25 de Dezembro de 1991.
Nos dias que se seguiram, oito repúblicas que se manifestaram contra os moldes socialistas do governo da URSS, aderiram à nova Comunidade implementada, a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), que punha fim aos governos socialistas em prol de modelos liberais. Os Estados Bálticos – Lituânia, Letónia e Estónia – foram os primeiros a declarar a sua independência seguidos da Arménia, Azerbeijão, Geórgia, Moldova e da Ucrânia.
Actualmente os países da CEI são a Arménia; o Azerbeijão; a Bielo-Rússia; a Geórgia; o Cazaquistão; o Quirguistão; a Moldávia; o Tajiquistão; a Ucrânia; o Uzbequistão e a Rússia.
[Nota: informação retirada do site da Wikipédia]
[Débora Ramalho]

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Cultura da Bulgária
Apesar da influência turca, que deixou raízes em cinco séculos de dominação, o país das rosas, como é conhecida a Bulgária, encontra-se vinculado à Rússia e aos demais países da Europa Oriental por laços históricos e culturais.
Bulgária situa-se na Península Balcânica, onde ocupa 110.912 km2 de superfície. Limitada a norte pela Roménia, a leste pelo Mar Negro, a sul pela Turquia e pela Grécia e a oeste pela Macedónia e pela Sérvia, tem a belíssima cidade de Sófia como sua capital e maior centro comercial e industrial do país. A 1 de Janeiro de 2007, a Bulgária passa a integrar a UE.
O sudoeste da Bulgária é montanhoso e contém o ponto mais elevado da Península Balcânica, o Musala, com 2.925 m. O rio principal da Bulgária é o rio Danúbio, a norte. Outros rios importantes são o Struma e o Marica no sul do país. O clima búlgaro é temperado, com Invernos frios e húmidos e verões mediterrânicos, quentes e secos.
A história da Bulgária remonta à pré-história. A região foi conquistada pelos macedónios, passando depois para o domínio dos romanos, godos e mais tarde dos búlgaros, uma tribo eslava (681). O reino da Bulgária acabou por ser conquistado pelos bizantinos. No século XIV foi a vez dos turcos dominarem toda a região, o que fizeram até ao final século XIX. Durante esses quase cinco séculos, a Bulgária submetida a um sistema feudal por parte do império otomano (império turco), não passou pelas transformações que se produziram na Europa Central e Ocidental. Apoiados pelos russos, em 1870, os búlgaros vêem reconhecido pelo Tratado de Berlim o direito a terem um Estado independente, embora vassalo do sultão da Turquia.
A independência definitiva só chega em 1908, quando o príncipe Fernando de Sajonia-Coburgo foi eleito rei e reconhecido por várias potências europeias. Nos anos de 1912 e 1913, a Bulgária aliada à Servia, Grécia e a Montenegro, declara guerra à Turquia, desencadeando-se assim a primeira guerra balcânica. Embora tenha saído vencedora, a verdade é que a guerra não terminara. A Bulgária entra de novo em guerra, agora contra os seus aliados, acabando por ser submetida pela Turquia e pela Roménia, perdendo então os territórios anteriormente conquistados (Agosto de 1913). Em 1915, entra na Primeira Guerra Mundial ao lado do Império Austro-húngaro e da Alemanha, terminando também derrotada em 1918.
Os anos 20 e 30 do século XX são marcados por contínuos conflitos sociais e políticos. Invadida pela Rússia, em 1944, rompe a aliança com os alemães. A monarquia é abolida, sendo instituída uma República Popular pró-soviética (1946), num violento processo que culmina com a morte de mais de 17 mil pessoas. A Bulgária torna-se então num estado totalmente submetido a Moscovo.
Após a queda do Muro de Berlim (1989), a Bulgária inicia um rápido processo de democratização. Em 1991, a Assembleia Nacional búlgara corroborou uma constituição democrática, planeando aderir à União Europeia em 2007.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a Bulgária adoptou um sistema socialista de economia estatizada, baseada no modelo soviético. O que conduziu a uma colectivização agrária e a um desenvolvimento acelerado da industria pesada. O pais deixou de ser subdesenvolvido. Mas apesar dos aumentos de produção, o crescimento económico cedeu a partir da década de 1960, como nos demais países socialistas. Após 1989, a economia da Bulgária contraiu-se então consideravelmente devido à decadência da União Soviética e, consequentemente, à diminuição do acesso ao mercado soviético. Durante a Guerra Fria, a economia búlgara ficou bastante dependente da URSS. O padrão de vida dos búlgaros caiu 40% somente em 1990, atingindo só a estabilidade em Junho de 2004.
Actualmente, a agricultura búlgara atingiu um grau considerável de mecanização. As principais culturas são o trigo, a cevada, o milho, forragens, algodão, tabaco, hortaliças e frutas. É tradição búlgara o cultivo industrial de roseiras, utilizando-se as rosas para diversos fins, que vão desde o fabrico de doces até à extracção de essências para perfumes. A criação de gado, sobretudo ovino e suíno, reveste-se de uma grande importância económica, e a exploração das grandes áreas florestais das zonas montanhosas é intensa. Já a pesca fluvial e marítima não está muito desenvolvida.
Na costa norte do Mar Negro são extraídos o petróleo e o gás natural. Também o ferro, o cobre, o zinco e outros metais são explorados em quantidades expressivas. As transacções com o exterior diversificaram-se bastante após a extinção do bloco socialista: o comércio com o Ocidente intensificou-se e desenvolveu-se um importante sector turístico, baseado sobretudo nos balneários do Mar Negro e nos desportos de Inverno. Contudo, o governo enfrenta ainda elevadas taxas de desemprego e baixos padrões de vida.
Apesar do seu lento desenvolvimento económico, a Bulgária possui um sistema educacional de relativa eficácia. Cerca de 85% da população do país é búlgara, existindo uma importante minoria turca (8%) e grupos macedónicos, judeus, ciganos, arménios, gregos e romenos. A língua oficial é o búlgaro e a religião tradicional é a cristã ortodoxa, existindo também uma minoria muçulmana.
[Nota: informação retirada do site da Wikipédia]
[Débora Ramalho]
Cultura da Ucrânia
A Ucrânia é um país da Europa Oriental e tem como capital a cidade de Kiev, a maior do país em termos populacionais. O país faz fronteira a norte com a Bielo-Rússia, a leste com Rússia, a sul com o Mar de Azov e o Mar Negro, e a Oeste com a Roménia, a Moldova, a Hungria, a Eslováquia e a Polónia.
O actual território da Ucrânia foi, desde o século IX, o centro da civilização eslava oriental que veio a formar o Principado de Kiev, antecessor da Rússia, da Ucrânia e da Bielo-Rússia. Em meados do século XIV, o Estado foi conquistado por Casimiro IV da Polónia, enquanto que o cerne do anterior Principado de Kiev – inclusive a própria cidade de Kiev – passou a ser controlada pelo Grão-Duque da Lituânia que veio a casar com a Rainha Edviges da Polónia, pondo assim grande parte do território ucraniano sob o comando da coroa polaca. Em meados do século XVII, um quase-Estado cossaco, o Zaporozhian Sich, foi criado pelos cossacos do Dniepre e pelos camponeses que fugiam da servidão polaca. A Polónia não tinha o controle efectivo daquela área (hoje, no centro da Ucrânia) que se tornou então num Estado autónomo militarizado, ocasionalmente aliado à Comunidade Polaco-Lituana. Entretanto, a supressão da fé ortodoxa, entre outras razões não tão relevantes, terminaram por afastar os cossacos e a Polónia. Assim, os cossacos voltaram-se para a Igreja Ortodoxa Russa, o que levaria eventualmente à queda da Comunidade.
Ao longo dos séculos seguintes, a região foi partilhada entre as potencias regionais. Após um período de independência (1917-1921) depois da Revolução Russa, a Ucrânia tornou-se em 1922 uma das Republicas Soviéticas fundadoras da URSS. O ideal nacional ucraniano sobreviveu durante os primeiros anos sob o comando soviético e a cultura e a língua ucranianas conheceram um florescimento aquando da adopção da política soviética de nacionalidades. Contudo, o país perdeu grande parte dos lucros com as mudanças políticas em 1930 quando duas ondas de expurgos (1929-1934 e 1936-1938) resultaram na eliminação de quatro quintos da elite cultural da Ucrânia.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, as fronteiras da Ucrânia soviética foram ampliadas na direcção oeste, unindo a maior parte dos ucranianos numa única identidade política. A maioria da população não-ucraniana dos territórios anexados foi deportada. Seguidamente, o país tornou-se membro das Nações Unidas.
Após o colapso da União Soviética em 1991, a Ucrânia ganhou a sua independência, tornando-se assim num Estado soberano.
Com uma área de 603 700 km2, a Ucrânia é o 44º maior país do mundo em território. A paisagem ucraniana é formada principalmente por planícies férteis e planaltos, atravessados por rios como o Dniepre, Donets Dniéster e Bug meridional, que correm na direcção sul e escoam no Mar Negro e no pequeno Mar de Azov. A sudoeste, o delta do Danúbio serve de fronteira com a Roménia. Só se encontram montanhas a oeste, a cordilheira dos Cárpatos, cujo ponto culminante é o Hora Hoverla com 2061 metros de altura.
O clima da Ucrânia é temperado continental, embora também se possa encontrar um clima mediterrâneo na costa meridional da Crimeia. A precipitação é maior no oeste e no norte e menor no leste e no sudoeste. Os Invernos são particularmente frios no interior e os verões são particularmente quentes no sul. As principais cidades do país (por população) são Kiev, Carcóvia, Dnipropetrovsk, Odessa, Donetsk, Zaporíjia e Lviv. A língua ucraniana é o único idioma oficial da Ucrânia, embora o russo também seja amplamente falado em especial no leste e no sul do país.
Considerada um mercado livre emergente, a economia da Ucrânia é uma das trinta maiores do mundo, com um PIB que vem crescendo recentemente ao ritmo de dois dígitos por ano. Anteriormente, fora já uma importante região industrial e agrícola da União Soviética. Após a independência, a falta de reformas estruturais significativas tornou a economia ucraniana vulnerável a choques externos. Em 2000, o PIB apresentou já um crescimento forte, devido às exportações, com índice de 6% positivo pela primeira vez desde a independência. Em 2001, a economia continuou a expandir-se com um crescimento real do PIB da ordem de 9% e aumento da produção industrial de mais de 14%. O desempenho favorável baseou-se na demanda interna alta e na crescente confiança do consumidor e do investidor. O crescimento económico acelerado no período de 2002-2004 deve-se em grande parte ao pico de exportações de aço para a China. Em 2005, a Ucrânia foi o sétimo maior produtor de aço do mundo. No sector de manufacturados, o país fabrica equipamentos metalúrgicos, locomotivas a diesel, tractores e automóveis. A Ucrânia possui também uma enorme base industrial de alta tecnologia, inclusive grande parte das antigas indústrias soviéticas de electrónica, armamentos e espacial. Devido ao seu passado soviético, a Ucrânia hoje depende de fontes de energia russas, em especial de gás natural. É porem auto-suficiente em termos de produção eléctrica.
A exploração intensiva dos solos negros e férteis (que cobrem quase 65% do país) do cinturão agrícola ucraniano tornaram o país num grande produtor de trigo e beterraba. Outros cultivos importantes são cevada; milho; leguminosas; batata; aveia; centeio e trigo-sarraceno. Cultivam-se ainda frutas e hortaliças nos arredores das grandes cidades. A Ucrânia é também um grande produtor de grãos, açúcar, carne e lacticínios. A criação de gado bovino e suíno é praticada em todo o país.
A religião predominante na Ucrânia é o Cristianismo Ortodoxo Oriental. Em segundo lugar, bem mais atrás, vem a Igreja Greco-Católica ucraniana de rito oriental, que mantém a mesma tradição espiritual e litúrgica da ortodoxia oriental, embora esteja em comunhão com a Santa Sé e reconheça a primazia do Papa. Existem ainda grupos menores de católicos romanos, protestantes, judeus e muçulmanos.
O artesanato ucraniano é uma prática de longa tradição e notável complexidade como é possível constatar através dos bordados, da xilogravura e da pintura de bonecas e de ovos típicos chamados pêssanka.
[Nota: informação retirada do site da Wikipédia]
[Débora Ramalho]
Cultura da Bielo-Rússia
A Bielo-Rússia é um país do Leste Europeu, resultante da desagregação da União Soviética. Faz fronteira a norte com a Letónia, a Leste com a Rússia, ao sul com a Ucrânia e a oeste com a Polónia e a Lituânia. A sua capital é Minsk.
O aparecimento da Bielo-Rússia remonta aos principados eslavos que se estabeleceram na região entre os séculos VI e VIII, e se submeteram, mais tarde, em meados do século IX, à cidade estado de Kiev, dando assim origem à Rússia. No século XVIII o território é anexado ao Império Russo e, em 1922, torna-se República Soviética. Em 1991, com o fim da URSS, a Bielo-Rússia proclama a sua independência e o país integra a CEI, Comunidade dos Estados Independentes.
A Rússia Branca, como é também conhecida a Bielo-Rússia, tem uma área de 207 600 km2 e, embora não possua litoral, tem 11 000 lagos. Atravessam o país três grandes rios: o Neman, o Pripyat e o Dnieper. O país é relativamente plano e tem muitos pântanos.
Os recursos naturais da Bielo-Rússia são as florestas, os depósitos de turfa, pequenas quantidades de petróleo e gás natural, granito, areia, cascalho e barro. Os seus laços económicos permanecem fortes com a Rússia e a Ucrânia, sendo que grande parte da sua economia se deve à indústria automotora e de máquinas. A agricultura mecanizada produz sobretudo cereais, batata e beterraba.
O país tem uma tradição musical muito forte, e muitos dos sermões e hinos ortodoxos do século XII tiveram origem no mesmo. A música folclórica é bem conhecida.
O bielorusso provem da língua Eslávica Oriental, aparentada ao russo e ao ucraniano. Sob o comando Soviético, 80% das crianças foram ensinadas exclusivamente em russo, língua oficial para todas os negócios e transacções governamentais. Os nomes das ruas tem estado em mudança e a educação enfatiza cada vez mais a história e a literatura do país.
A nível gastronomico, os bielorussos adoram cogumelos (fungo que consta em muitos pratos tradicionais) e colhê-los é um ritual local. Outros ingredientes importantes são o alho, o peixe e o caraway, erva aromática. Kvas é a bebida favorita, feita com farinha, açúcar, menta e frutos.
Também aqui como em toda a Europa de Leste, a religião é predominantemente ortodoxa.
[Nota: informação retirada do site da Wikipédia]
[Débora Ramalho]
Gastronomia da Bulgária
Contrariamente a outras cozinhas, como a Chinesa ou a Francesa, a cozinha búlgara é mais simples e menos variada, mas nem por isso menos saborosa.
A gastronomia búlgara é definida pelo seu sabor picante e abundância de fortes condimentos, tais como a pimenta picante, os oregãos, a salsa, a ajedrea, a pimenta preta e o pimentão vermelho. São estes os ingredientes que proporcionam aos pratos do país um sabor que se torna, gradualmente inesquecível.
A Bulgária tem conquistado o mundo com o seu famoso e delicioso iogurte. Para a sua elaboração, o leite, seja ele de vaca, ovelha ou búfalo, coalha-se usando o célebre “lactobacterium bulgarium”, agente que só pode se pode desenvolver plenamente nas condições geográficas e climáticas da Bulgária.
Os búlgaros aconselham a começar com a sopa Tarator, ou seja, sopa fria de iogurte batido com água. Para segundo prato a Kebapcheta.
Sopa Tarator

Ingredientes:
4 copos de iogurte natural
4 copos de água
1 dente e alho amassado
1 unidade de pepino ralado
quanto baste de sal
8 colheres de sopa de azeite virgem

Preparação:
Pique muito fininho os dentes de alho e coloque num recipiente fundo. Junte os iogurtes, a água e depois o pepino ralado no crivo mais grosso de um ralador manual. Mexa tudo e, se puder, leve ao frigorífico por uma hora, assim a calda vai ganhar o gosto do alho e do pepino e vai ficar ainda mais fresquinha. Na hora de servir, coloque a sopa em pratos fundos, salpique o endro (que pode ser substituído por manjericão ou orégão), deite um fio de azeite em cada prato e acompanhe com tostas integrais. Pode ser guardado no frigorífico por cerca de dois dias.
Kebapcheta
Ingredientes:
1 Kg de carne gorda
1 recipiente com sal e pimenta
1 copo de água(o sal é para ser misturado com a água)

Preparação:
Lave a carne e remova a gordura e os nervos. Corte-a em cubos pequenos e coloque na água salgada. Espere aproximadamente dez minutos e pique duas vezes no picador de carne, colocando-a então num prato sem ser de metal, alise a carne e cubra com pano molhado. Coloque-a no frigorífico e deixe pernoitar. No dia seguinte junte farinha de malte e pimenta. Deixe a carne repousar por mais uns três ou quatro horas para depois transformar-se em longos cilindros.
A carne é grelhada em lume brando, rode em pequenos intervalos sempre na mesma direcção.
Depois de pronta sirva com salada e pickles.

Para acompanhar as refeições temos o Slivia (cachaça de pêssego), Grozdova (cachaça de uva), Kaisieva (cachaça de damasco) e o Mastika (anis).
[Neide Moura]
Gastronomia da Ucrânia
A gastronomia da Comunidade dos Estados Independentes é realmente maravilhosa, com uma grande variedade de ingredientes e sabores e uma preparação muito cuidada.
Mistura-se o melhor da cozinha oriental e ocidental, oferecendo assim pratos de digestão leve.
Não costumam oferecer pratos de sabor picante, mas a mistura agridoce é realmente magistral.
Dependendo do trabalho, a comida principal pode ser feita ao meio-dia ou pela noite, porém, em qualquer caso, pode considerar-se um autêntico banquete. Para começar, as famosas entradas entre os que não faltarão o caviar e os blinis, as tortas de milho com arenques num molho de nata azeda, estes por si só, já poderiam servir de refeição completa para um europeu, mas para um russo ou um ucraniano é, simplesmente, um aperitivo.
A criatividade dos ucranianos deram origem a mais de 70 espécies de pães, brancos ou integrais, simples ou salpicados de sementes, naturais ou aromatizados com nozes, com mel... Os cereais estão também presentes na cozinha sob a forma do Kacha, uma espécie de caldo de trigo ou de cevada, servido com couve para acompanhar as carnes.
Para acompanhar esta abundante comida costuma-se beber vodka muito fria, kvas, uma espécie de cerveja doce feita de malta de cevada, centeio e muito açúcar. Como licores destacam-se o conhaque arménio, a aguardente envelhecida com álcool e vodkas de ervas, limão ou vinhos antigos.
Cozido de peixe ao molho de alho:
Ingredientes:
1kg de posta de namorado
2 pimentões vermelhos
1 cebola picada
½ kg de camarão
1 brócolo
1 alho em pó
3 tomates sem sementes picados
50gr de azeitona preta
2 dentes de alho
1 xícara de maionese
2 xícaras de água
sal a gosto

Preparação:
Coloque a água na panela, adicione a cebola, o alho em pó e deixe cozinhar um pouco.
Adicione o sal. Junte então o peixe e os demais ingredientes e cozinhe por 10 minutos. À parte faça um molho com o alho e a maionese batidos no liquidificador. Sirva o peixe acompanhado deste molho.
[Neide Moura]
Gastronomia da Bielo-Rússia
Os bielo-russos amam cogumelos, e colhê-los é considerado um ritual local.
Muitos pratos principais usam o fungo de um jeito ou de outro. Os pratos populares incluem “hrybi v smtane” (cogumelos com molho azedo), sopa de hribnoy e kutheta pokrestyansky (carne de porco com cogumelos).
Outros ingredientes importantes são o alho, o peixe e o caraway. Kvas é a bebida favorita, feita de farinha, açúcar, menta e frutas.
Uma das maravilhosas sopas dos bielo-russos é a borsch, e como prato principal temos a carne à moda da aldeia.

Borsch:
Ingredientes:
500g de músculo picado grosseiramente
2 litros de água
2 talos de salsão picado grosseiramente
1 cebola picada grosseiramente
1 cenoura picada grosseiramente
1 folha de louro
2 colheres de sopa de sumo de limão
3 beterrabas em cubinhos uniformes
250 ml de creme de leite

Preparação:
Coloque a água numa panela de pressão com a folha de louro, o sal, o músculo, o salsão, a cebola e a cenoura. Leve ao fogo por 1 hora. Depois desse tempo, peneire o caldo para outra panela e junte a beterraba com o sumo de limão. Leve ao fogo até que a beterraba esteja bem macia. Junte tudo e verifique o sal. Decore com salsa picada.
Carne à moda da aldeia:
Ingredientes:
600g de cordeiro
40g de banha
200g de cebola
240g de cenoura
200g de nabos e rabanetes
Farinha
Alho
Caldo
Sal e pimenta

Preparação:
Corta-se o cordeiro em pedaços de 25/30g cada, tempera-se com sal e pimenta e frita-se em banha. Põe-se num tacho a cenoura, a cebola, o nabo e os rabanetes cortados em bocados, junta-se o cordeiro e o caldo, rectifica-se o sal, tapa-se bem, e deixa-se cozer. Perto do fim junta-se o alho. Torra-se ligeiramente farinha, dilui-se com um pouco de caldo e deita-se no recipiente, e está pronto a servir.
[Neide Moura]
A Arte na Rússia
A arte russa resulta da fusão de várias culturas e povos que passaram ou se fixaram no país.
Na Rússia a arte sempre esteve relacionada com valores espirituais.
Durante muitos séculos a arte baseava-se em ícones, utensílios eclesiásticos e objectos feitos pelas mãos de camponeses. Mesmo sofrendo influência do barroco e do romantismo europeu, os seus artistas mantinham o seu próprio estilo, dando grande importância à arte do povo, assimilando aos poucos as novas tendências que surgiam.
Pintura
No século XIX houve o surgimento de artistas que pintaram as suas telas para a elite e também para o povo. Os primeiros artistas russos foram os pintores de ícones, que também dominavam com perfeição a técnica da pintura mural e do mosaico. Personificavam ideais e noções de beleza do homem e da natureza nas suas pinturas.
Na segunda década do século XX, surgiram movimentos inspirados no fauvismo francês e no expressionismo alemão. Foram também realizados muitos trabalhos primitivistas.
Marc Chagall, Wassily Kandinsky são pintores russos que se destacaram entre tantos outros.
Escultura
A escultura russa representava essencialmente símbolos de várias divindades que serviam como objectos de culto. Os camponeses faziam esculturas e trabalhos entalhados em madeira.
A proibição da confecção de esculturas pela igreja, a ausência de mármore e o Estado que proibia o uso do bronze, a não ser em estátuas de soberanos ou oficiais de alta patente, retardaram o progresso da escultura russa. Por essas razões, o seu crescimento é recente e resume-se em pequenas peças de bronze.
Um dos mais conhecidos escultores russos é Eugene Lancere.
Arquitectura
Nos primeiros tempos da Rússia, todas as suas construções eram de madeira e as casas eram rectangulares com telhados íngremes.
No século I, as igrejas eram também, por sua vez, cobertas com placas de madeira, com desenhos entalhados feitos pelos artesãos, e localizavam-se no alto das colinas com vista para as florestas e vilas. Os seus telhados eram complexos, com cúpulas em forma de cebola, exclusivamente decorativas, sem nenhum propósito estrutural.
Durante a Idade Média, as mais importantes construções russas inspiravam-se na arquitectura de Constantinopla e no Império Romano. As igrejas possuíam no topo uma cruz grega com quatro pontas iguais, as suas paredes eram altas, com poucas aberturas, e os seus tectos íngremes possuíam múltiplas cúpulas.
Quando floresceu o estilo rococó, foi construído para a Imperatriz Elizabeth, filha de Pedro, o Grande, o mais famoso prédio da cidade imperial de São Petersburgo, o Palácio de Inverno Hermitage.
No século XX, com a Revolução Russa, aconteceu também a revolução nas artes, e o construtivismo marcou a nova ordem socialista. O Mausoléu de Lenine foi descrito como a obra prima da simplicidade da arquitectura. Originalmente, era um cubo de madeira, onde o corpo de Lenine foi colocado dentro de um caixão de vidro. Em 1930, a madeira foi substituída por granito vermelho, simbolizando o comunismo, e preto, o luto. Esta pirâmide fica situada em frente ao Palácio de Kremlin.
Depois da II Guerra Mundial, os arquitectos foram contratados para desenhar uma série de prédios altos incorporando o estilo gótico do século XVII. A arquitectura moderna russa é uma combinação de um uso mais versátil do espaço com uma decoração estética, e usa materiais como placas de vidro e concreto, painéis de cerâmica e mosaico.
Um famoso joalheiro russo foi Peter Carl Fabergé, especializado na confecção de obras com motivos de arranjos florais, grupos humanos e animais. Actualmente é mais conhecido pelos seus famosos ovos de Páscoa, "Ovos Fabergé", realizados para a família imperial russa, e que os czares Alexandre III e Nicolau II ofereciam anualmente aos seus familiares.
[Nota: informação retirada do site da Wikipédia]
[Débora Ramalho]
Arte Búlgara

No decorrer de vários séculos, as terras búlgaras constituíram um enorme atelier no que respeita a um trabalho contínuo e criador. Os objectos de madeira, metal ou barro, além de serem úteis, possuíam beleza e perfeição. Estas características, conservadas nas formas e presentes no nosso tempo, reflectem o alto grau estético do povo búlgaro.
A tradição do artesanato tem passado de geração em geração, alcançando o seu cume nos séculos XVIII e XIX. Durante este período, florescem a talha de madeira, a iconografía, o trabalho do cobre, a olaria, o ferro forjado, a ourivesaria, os tecidos e os bordados.
As peças de cobre dos artesãos de Ustovo e Shumen, são objecto de admiração, até hoje, pela fina e formosa elaboração. Distinguem-se as mesas de cobre, com gravados de flores, folhas ou aves. Por outro lado, a joalharia búlgara tem alcançado grandes sucessos, destacando as pulseiras, anéis, brincos, que mantém um tradicional valor estético (peças que fazem parte do traje nacional da mulher búlgara).
Outro dos ofícios populares é o trabalho de olaria. Desenvolve-se, principalmente, em regiões ricas em barro de boa qualidade como são Gabrovo e Troyan. Os objectos estão decorados com cores vermelha, amarela, verde ou branco; cores que combinam bem com a matiz natural do barro. Os artesãos de Troyan enriquecem esta gama, somando o azul e o laranja. Para isto, deixam cair uma gota das diferentes cores, para preparar uma particular mistura, dando lugar ao reconhecido estilo de Troyan.
A mulher búlgara mostra o seu sentido da beleza e a harmonia na arte dos tecidos. São impressionantes os tapetes de lã de ovelha e de cabra dos Rodopes, os ornamentos geométricos dos tapetes de Chiprovtzi e o vistoso vermelho dos de Kotel. As mulheres búlgaras sabem bordar e tecer maravilhosamente. Em numerosas vendas ambulantes podem encontrar-se os mantos originais, porém, o paraíso artesanal encontra-se em Etara.
A talha em madeira, como ofício, existe desde a época do primeiro estado búlgaro. Prova disto são os diversos fragmentos de pedra e madeira, conservados nos Museus. As madeiras mais utilizadas são as da nogueira e de tília, que com o tempo adquirem uma bela cor vermelha, castanho avermelhado, além de serem fáceis de trabalhar. Entre as peças mais célebres destaca-se a porta da Igreja de Jrelio, do Mosteiro de Rila, do século XIV.
A perícia dos búlgaros, neste trabalho artesanal, reflecte-se na iconografía, ofício tradicional que alcançou o seu auge no século XIX. O ícone não tem funções decorativas como a pintura religiosa e nem ilustrativa como a miniatura, mas através do ícone realiza-se a relação invisível com Deus. É por isso que as imagens principais são de Jesus Cristo, Maria e dos diversos santos (intermediários na comunicação com Deus). O ícone mostra os diferentes símbolos e elementos decorativos, assim como, os marcos de cada santo ortodoxo. Por outro lado, o ícone está estreitamente relacionado com a vida quotidiana dos búlgaros: oferece-se nos baptizados, com ele são abençoados os noivos e leva-se nas procissões funerárias. Na maioria dos casos o ícone é colocado nos iconostásios (retábulos), onde a sua disposição se faz conforme as regras religiosas.
Segundo a tradição a imagem pinta-se sobre uma tábua de madeira de tília ou de cipreste. Já que o ouro simboliza a luz divina, o fundo faz-se, em regra, desta cor. A peça reflecte as características da religião ortodoxa, cuja base é a luta entre o espírito e a matéria, sendo o objectivo a vitória do espírito.Outro tipo de arte, que conheceu o auge durante o Renascimento, foi a arquitectura. Os distintos tipos arquitectónicos diferenciam-se segundo as regiões do país. Os materiais fundamentais de construção são a pedra e a madeira, sendo os elementos característicos da casa búlgara renascentista o balcão aberto e as janelas com grades de madeira. O interior distingue-se pelo calor e a intimidade, que proporcionam a beleza dos tectos talhados e os detalhes nos armários e portas, onde brilham o sol, as flores e várias figuras geométricas.

[Nota: informação retirada e adaptada do site http://www.rumbo.com.br/guide/br/europa/bulgaria/arte.htm]
[Cátia Santos]
Wassily Kandinsky


Wassily Kandinsky nasceu em 1866, em Moscovo. Foi um dos maiores artistas do séc. XX, a sua contribuição foi enorme para a criação de uma nova estética, bem como o desenvolvimento de novas técnicas. Ele inovou as artes plásticas e influenciou diversas outras, foi um libertador da arte rompendo com tudo o que era conhecido e valorizado até então. Em 1896, depois de se licenciar em Direito em Moscovo, muda-se para Munique e inicia estudos artísticos. É nessa época que, através da Escola de Azbè, conhece o pintor Alexei Jawlensky e Marianne von Werefkin, e se interessa pela Arte Nova. No ano de 1900, torna-se aluno de Franz von Stuck na Academia de Arte de Munique, tendo como colega Paul Klee, que mais tarde se veio a tornar um grande amigo. Embora volte à Rússia com frequência, vive sobretudo na Alemanha entre 1901 e 1918.
Em Outubro de 1912, ocorre a primeira exposição individual na galeria "Der Sturm" em Berlim e em Novembro, em Roterdão, na Holanda; participa em diversas exposições: Valete de Ouros em Moscovo e "Pintura Contemporânea" em Jekaterinodar. Em 1913, cria a "Composição VI" e "Composição VII". Participa na "Armory Show" em Nova Iorque.
Em 1918, é eleito co-fundador de um novo modelo da cena artística russa; torna-se membro do colégio de artistas moscovita dirigido por Tatlin, e defende a posição de uma "arte absoluta". Em 1922, inicia a actividade na Bauhaus, em Weimar. E, em 1925, ocorre a mudança da Bauhaus para Dessau e, é fundada a Sociedade Kandinsky.
O primeiro número da revista Bauhaus é dedicado a Kandinsky, por ocasião do seu 60º aniversário, para além de uma retrospectiva da sua obra em várias cidades alemãs e europeias.
Os quadros de Kandinsky são expostos na exposição "Arte Degenerada" em 1937, 57 das suas obras são apreendidas de museus alemães. De 1938 a 1939, participa na exposição "Abstracte Kunst" no Stedelijk Museum em Amesterdão e, escreve o artigo "Abstract or Concrete" para um catálogo. E, termina a sua última e grande “Composição X”.
Kandinsky expõe pela última vez na galeria L'Esquisse, em Paris, no ano de 1944. Em Dezembro de 1944, morre de arterosclerose, em Neuilly-sur-Seine, aos 78 anos de idade.

[Cátia Santos]
Marc Chagall


De seu verdadeiro nome Mojša Zacharavič Šahałaŭ, Marc Chagall nasceu em 1887 no seio de uma família pobre, em Pestkovatik, uma vila na província ocidental da Rússia czarista que é agora a independente Bielo-Rússia. Criou o seu próprio mundo colorido de mitos e magia, cheio de estranhas criaturas e eventos miraculosos. Ainda assim, a sua arte foi essencialmente baseada em memórias e experiências reais, que ele transmutou no caldeirão de sua imaginação. Destinado a confrontar-se com as mais variadas culturas, a atravessar guerras e revoluções e a passar por fugas e exílio, em Chagall a arte e a autobiografia estão intimamente interligadas, ainda que de forma indirecta. Cresceu na atmosfera fechada de uma comunidade judia da Europa Oriental que ainda era sujeita a perseguições. Ele teve de superar a oposição da família à sua escolha de carreira, porque violava a injunção bíblica contra a pintura de imagens; e, a fim de estudar na capital, São Petersburgo, ele teve de contornar as regulamentações czaristas que confinavam os judeus aos limites do gueto. Estabelece-se em Paris, em 1910, com Picasso, Braque e outros artistas hoje lendários. Chagall explorou técnicas modernistas, embora nunca abandonasse a tónica pessoal que já havia forjado. Em 1914, quando estava de visita à Rússia, estourou a Primeira Guerra Mundial, e ele não pôde voltar. Finalmente, em 1922, como a atmosfera na União Soviética se tornasse progressivamente menos amistosa para sua arte, Chagall, juntamente com a sua mulher e filha, emigraram.
Em 1937, Chagall naturalizou-se francês, um privilégio logo revogado quando rebenta a Segunda Guerra Mundial, que o levou a mudar-se para o Loire e mais tarde para a Provença. Em 1941, parte para Nova Iorque a convite do Museum of Modern Art (MoMA).
Passou os anos da guerra nos Estados Unidos, onde se dá a morte súbita de Bella (sua mulher), em 1944. Voltou a França em 1948, estabelecendo-se definitivamente no sul. Embora tenha viajado muito, os dias de fuga e o exílio de Chagall haviam acabado, e o seu casamento em 1952 com Valentine Brodsky trouxe-lhe a estabilidade de que precisava.O resto da longa vida de Chagall foi devotado a uma criatividade muito abundante. Morreu com 97 anos, em 1985.



Eu e a Aldeia é uma pintura do pintor russo Marc Chagall. O quadro surrealista foi pintado em 1911, embora neste ano ainda não existisse oficialmente o Surrealismo. O nome foi atribuído à obra por Guillaume Apollinaire, um dos melhores amigos do pintor.
Hoje, esta obra, é considerada a mais famosa de Marc Chagall e uma das mais famosas de todo o Mundo e de toda a história da arte, encontrando-se exposta no MoMA, na cidade de Nova Iorque.
Pintado a óleo, o quadro constitui-se por uma suave e harmoniosa composição, onde as memórias e pequenas lembranças aparecem por ordem, como se em sequência tivessem em primeiro plano uma grande face masculina verde, que ocupa quase toda a margem direita da obra, observando íntima e carinhosamente uma cabra ou uma ovelha que se encontra a ser ordenhada. No segundo plano o espectador pode observar um colorido conjunto de casas, próximas de uma Igreja ortodoxa e uma figura feminina a balançar-se, como se fosse uma memória a desaparecer no tempo, e um lavrador com uma camisola preta e umas calças cinzentas, que passeia com uma enxada pelos campos da Rússia, que Chagall tão bem conheceu.Assim, o autor criou um elo entre as memórias do seu local de nascença e a pintura, sendo este quadro uma das primeiras obras surrealistas.
[Cátia Santos]
Páscoa a Leste
Pysanky, Pysanka, Pessanka


celebração da Páscoa é, ainda hoje, a mais importante das festas russas. A tradição de criar pessankas é muito antiga e data do período do paganismo. Esta simboliza o renascimento da Terra, na primavera, com a promessa de novas esperanças, saúde e prosperidade. Posteriormente, com o chegada do Cristianismo, passou a simbolizar a Páscoa e a Ressurreição de Cristo – promessa de um mundo melhor e mais feliz.
Pysanky, Pysanka, e Pessanka são palavras singulares, derivadas de uma mesma palavra ucraniana, "escrever". Pessanka, são ovos inteiros crus que são decorados com uma complicada combinação de desenhos geométricos, cores variadas, figuras e símbolos religiosos originários da Ucrânia. A pessanka é feita tipicamente para ser dada aos membros da família e aos amigos respeitados, registando o tradicional "HRESTÓS VOSKRÉS" (Cristo Ressuscitou), e ouvindo-se como resposta "VOÍSTENU VOSKRÉS" (Verdadeiramente Ressuscitou). Dar uma pessanka é dar um presente simbólico da vida, porque o ovo deve renascer por inteiro.
As pessoas idosas recebem uma pessanka com cores escuras ou com sofisticados desenhos, pois a sua vida foi bastante movimentada; já as crianças recebem uma pessanka de cor predominantemente branca, pois a sua existência é, ainda, uma página em branco.
As raparigas nunca devem dar aos namorados uma pessanka sem desenhos nas pontas do ovo, pois a “calvície” nos ovos significa que os namorados deverão perder os seus cabelos.
Além disso, cada um dos desenhos e das cores na pessanka é considerado ter um significado profundo e simbólico. Tradicionalmente, os desenhos das pessankas são escolhidos para combinar com o carácter da pessoa a quem deve ser dada.
A pessanka é feita tradicionalmente, durante a última semana da Quaresma, festejada nos calendários católico e ortodoxo. São levadas então à Igreja no Domingo de Páscoa, para serem abençoadas pelos sacerdotes. E, por fim, são dadas como presentes. Esta festa carrega as camadas mais profundas do misticismo religioso para os Ucranianos.
Muitas pessoas acreditam que todas as vezes que uma mulher faz uma pessanka, o diabo é empurrado de volta para o seu cativeiro, e, opostamente, quando a mulher faz a última pessanka, Deus reinará triunfante no mundo inteiro. Mas nesta última década, vieram a significar muito mais para o povo ucraniano, um símbolo de longevidade para uma Ucrânia livre e independente. Em algumas regiões da Ucrânia acredita-se que a pessanka tem força curativa e também protege a casa do camponês contra o fogo, a destruição, os maus espíritos, além de atrair as graças de Deus como expressão comum. Ou seja, a pessanka é considerada uma espécie de talismã ou amuleto.

[Cátia Santos]

A Televisão a Leste


As emissões televisivas na ex-URSS começaram em 1939


Durante o regime comunista (1922 a 1991), o Estado soviético controlava todos os meios de comunicação e usava-os para difundir as suas decisões e facilitar a execução das directivas governamentais sobre a economia, a segurança nacional e as funções administrativas.
Moscovo controlava as comunicações e as várias jurisdições subnacionais (Estados soviéticos, regiões e províncias) gozavam de pouca autonomia. Esta centralização forçou a União Soviética a adquirir os meios para a distribuição de sinais sobre uma vasta área e forneceu o ímpeto para o desenvolvimento das comunicações por satélite, que começou com o lançamento do sistema de comunicação por satélite Molniya em 1965. Apesar do sucesso do sistema, a tecnologia soviética foi incapaz de corresponder às crescentes exigências de informação na década de 80, tendo sido necessário importar equipamento digital do Ocidente.
A rádio e a televisão eram monopólio do Estado. Nos finais da década de 80 este controlo começou a enfraquecer à medida que histórias detalhadas sobre casos como o do desastre de Chernobyl chegavam ao público, algo que era impossível antes dos tempos da “glassnot” de Gorbatchov.
Após setenta e cinco anos de controlo estatal, com colapso da União Soviética em finais de 1991, os meios de comunicação viram a sua actividade ser cada vez menos restringida. Os media começaram a desempenhar um papel fundamental para a formação da opinião pública acerca de acontecimentos que marcaram a sociedade russa da década de 90, tais como o conflito na Tchetchénia e as crises económicas e as políticas.
A rádio e a televisão russa passaram por profundas mudanças, atravessando um processo de descentralização a nível regional e local.
Em meados da década, três grandes televisões estatais forneciam a maior parte da programação do país, nomeadamente a ORT (televisão pública russa), a RTR (televisão estatal russa) e a Televisão de São Petersburgo, que serve fundamentalmente a zona metropolitana de São Petersburgo.
As companhias independentes desempenharam um papel importante na televisão e rádio russas. Em 1995, existiam cerca de 800 empresas. Em 1996, os maiores canais privados de televisão era a TV-6, com uma audiência potencial de 60 milhões de telespectadores e a NTV, com uma audiência potencial de 100 milhões de telespectadores.
As instalações de retransmissão pertencem ao Estado, sendo que as empresas de programação têm que pagar a difusão. O controlo sobre os retransmissores deu ao governo um poderoso meio para influenciar o conteúdo da programação. Isto levou a que as empresas independentes começassem a transmitir os conteúdos por cabo ou através de serviços de televisão por satélite, permitindo que televisões como a NTV, em cooperação com a corporação Inter TV, criassem a NTV Internacional, que chegava a telespectadores da América, Europa, Médio Oriente, Norte de África e Austrália, bem como a transmissão do canal NTV para a Europa e Médio Oriente.
Nos anos 90, a televisão chegava a um número cada vez maior de russos com uma maior variedade de programação, existindo, em 1992, cerca de 55 milhões de televisores.


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Na era Putin os jornalistas, que são críticos em relação à política do governo, têm sido alvo de represálias e de falta de liberdade de expressão, chegando-nos frequentemente notícias de assassinatos, como o caso recente da jornalista Anna Politkovskaia, morta a tiro em Moscovo.
Nos países que foram da esfera da ex-URSS, como a Bielo-Rússia, a Ucrânia e, ainda, a Bulgária, aparentemente a “repressão” não se faz sentir do mesmo modo, a julgar pelas notícias a que temos acesso.



[Fonte principal / adaptado de: http://geopolitica.weblog.com.pt/arquivo/022122.html]
[Carla Neves]
Literatura de Leste

A literatura de Leste, rica mas desconhecida pela maior parte dos portugueses, atravessou diversos períodos, sendo bastante marcada pela política e pelas guerras. É com alguma dificuldade que podemos encontrar alguns dados sobre as literaturas da Bulgária, da Ucrânia e da Bielo-Rússia, visto que, atendendo à história e à cultura, os dados encontrados encontram-se na literatura russa. De uma forma geral, todas as literaturas dos povos de leste tiveram a sua origem na religião.


A literatura russa inicia-se em meados do século IX, num período literário denominado de Kiev, uma vez que a primeira grande época da civilização russa se desenvolveu em Kiev. O eslavo-eclesiástico antigo foi usado durante vários séculos como língua literária, para a qual se traduziram textos de carácter religioso ou semi-religioso escritos em grego. Os monges chegaram a dominar estas formas literárias importadas e produziram uma literatura própria, como por exemplo o “Sermão sobre a lei e a graça” (c. 1050), do religioso Hilarion. Uma das obras mais conhecidas deste período é “O Cantar das hostes de Igor” (1185), que aborda uma comovedora epopeia anónima, apelando para a unidade dos eslavos contra os invasores nómadas asiáticos.
No século XV, após a expulsão dos invasores tártaros, Moscovo tornou-se a capital da Rússia. Com este acontecimento inicia-se o período Moscovita, trazendo consigo ideias renascentistas que se reflectem na autobiografia do religioso Avvakum, “A vida do arcebispo Avvakum” (1672-1675).
Segue-se o período Peterburguês que teve origem no reinado do czar Pedro I quando este, em 1713, mudou a capital para São Petersburgo, acabando com o isolamento cultural da Rússia. Com este movimento, os escritores russos receberam influências ocidentais, como o neoclassicismo francês. Um dos principais defensores do Iluminismo foi o cientista e poeta Mikhail Vassilievitsh Lermontov.
É no século XIX que temos a “Idade do Ouro” da literatura russa, com o poeta e prosista Aleksandr Pushkin (1799-1837) que aderiu, com entusiasmo, ao Romantismo tendendo, nos seus últimos anos, para o nascente Realismo. O romance, o conto e o teatro foram as formas preferidas durante este período. O termo “Realismo” foi constantemente utilizado para descrever estas obras pelos críticos literários radicais que apoiavam programas de reforma social. Assim, o romancista e dramaturgo Nikolai Gogol (1809-1852), primeiro escritor em prosa realmente destacável da literatura russa, sucumbiu ao apelo messiânico em prol da melhoria das condições de vida do seu povo. O romancista e filósofo Leon Tolstói (1828-1910) esforçou-se para descobrir e propagar verdades essenciais sobre a natureza da existência humana (autor de –“Guerra e Paz”, “Ana Karenina”, etc.). Em contraste com esta atitude, a obra do grande romancista Fiodor Dostoievski (1821-1881) discorreu pelos terrenos do irracional, explorou as profundidades das experiências mais díspares e encontrou as suas situações dramáticas nos extremos do comportamento humano, como o assassinato, a rebelião e a blasfémia (autor de “Crime e Castigo”, “O Jogador”, etc.).
Outros escritores russos do final do século XIX, como Anton Tchekov (1860-1904), grande dramaturgo e contista (autor das “Três Irmãs”), agruparam-se em movimentos complexos, cujas características foram a recusa dos valores estéticos e a prática literária da época anterior. Este movimento inspirou o ressurgimento, de ideias e atitudes românticas e o aparecimento do Simbolismo, como em toda a Europa Ocidental.
No início do século XX, enquanto os simbolistas insistiam em alterar as propriedades tradicionais do romance, numerosos escritores trabalhavam independentes de qualquer escola ou movimento, dando origem a uma prosa russa enriquecida com obras bastante pessoais, como por exemplo Ivan Bunnin, primeiro vencedor russo do Prémio Nobel (1933). Houve ainda um considerável número de escritores russos que se dedicou à poesia.
Durante o período de relativa calma que se seguiu à fundação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, surgiu uma nova escola de pensamento, segundo a qual a cultura proletária substituiria as formas herdadas do passado. Segundo esta escola, a literatura seria a ferramenta de consciencialização e transformação da sociedade. Os escritores futuristas, encabeçados pelo poeta Vladimir Maiakovski, propuseram uma drástica mudança nas formas, nas imagens literárias e na textura da linguagem. Outro grupo mais conservador preferiu manter-se fiel às tradições clássicas russas.
Uma das vozes poéticas mais individualizadas da época foi Boris Pasternak (1890-1960), que realizou, através dos seus poemas líricos e narrativos, amplas explorações em torno da percepção.
A narrativa desta época gira em torno da doutrina oficial do Realismo Socialista e caracterizou-se pela grande dificuldade encontrada pelos escritores em descrever a revolução e a guerra civil que a seguiu. Um dos romances mais populares deste período é “Chapaiev” (1932), de Dimitri Furmanov, que oferece a transcrição de acontecimentos pessoais e históricos.
No período imediatamente posterior à guerra temos uma curiosa combinação entre o ardor revolucionário e o afã comercial.
Com a morte de Josef Stalin, em 1953, os escritores começaram a questionar-se sobre a vida na União Soviética.
Boris Pasternak viu a sua obra “Doutor Jivago” (1957) ser proibida até 1987. Foi-lhe concedido o Prémio Nobel de Literatura em 1958, o qual teve de recusar devido às poderosas pressões oficiais a que fora submetido. Podemos assim observar um período de elevadas censuras e repressões para com os escritores, oprimindo uma hipotética liberdade de escrita. Outro escritor russo a salientar é Aleksandr Solzhenitsyn (1913), que ganhou o Prémio Nobel da Literatura em 1970, tendo sindo expulso da URSS em 1974.
Durante o período pós-stanilista, o termo “literatura ilegal” foi usado repetidas vezes. Após o colapso da União Soviética, em 1991, iniciou-se uma nova era na literatura russa, da qual poucos ecos nos chegam.


Bulgária

O búlgaro foi a primeira língua eslava a ter uma literatura escrita nacional. Tal deveu-se ao intenso trabalho de evangelização pela parte dos discípulos dos missionários Cirilo e Metódio, sedeados em Preslav, capital do primeiro império búlgaro. Muitas obras religiosas foram traduzidas para o idioma eslavo ou nele escritas directamente, graças à criação do alfabeto cirílico, baseado no grego. A conquista turca deu origem a uma corrente de exilados, estendendo, assim, a expressão escrita a outros povos eslavos, como os sérvios e os russos.
O renascimento da literatura escrita em búlgaro teve início no século XVIII, começando com a “História dos eslavos búlgaros”, publicada em 1762 por um monge búlgaro do monte Athos, Paissil Hilendarski.
Em meados do século XIX surgem muitas publicações didácticas e de conteúdo nacionalista, bem como de poesia.
No início do século XX formou-se uma nova geração de escritores atraídos pela cultura ocidental, que procuraram romper os rigorosos modelos nacionalistas das gerações anteriores, dos quais se destacam Pentcho Slavekhov, Perio Khavorov e Petko Todorov. A partir da primeira Guerra Mundial, com a diversificação das escolas e a multiplicação dos autores, surge uma ideologia revolucionária, tanto na poesia como na prosa.
É também importante salientar Christo Saprjanov, autor de “Fome de Cão”, uma obra traduzida e à nossa disposição.
Ao contrário do que aconteceu nos outros países do leste europeu, na Bulgária, o advento do Realismo Socialista não foi tão traumático.


Bielo-Rússia e Ucrânia

A literatura da Bielo-Rússia e da Ucrânia seguem uma matriz semelhante à da Rússia. Alguns dos seus escritores aparecem, frequentemente, entre os russos, uma vez que são de língua russa.
As publicações bielorussas tiveram um notável impacto na religião, uma vez que as suas bíblias estiveram entre os primeiros livros a serem impressos na Europa Ocidental.
A Literatura Moderna nasceu no século XIX. Apesar dos escritores bielorussos e ucranianos terem sido sufocados pela ocupação soviética, a sua literatura tem vindo a ganhar importância.Escritores de referência temos Nicolai Gogol e Vladimir Korolenko, nascidos na Ucrânia, e Svetlana Alexeievitch, nascido na Bielo-Rússia.
[Bruno F. Moutinho]
Música de Leste
Na Europa Oriental, a música vive-se no quotidiano. Um casamento, a visita de um hóspede a quem se quer agradar, uma reunião de família... todas as ocasiões são boas para pegar no instrumento e tocar uma musiquinha folclórica. É quase possível ler a história e as influências de cada país através dos instrumentos. O címbalo, originário da Médio Oriente, foi introduzido na Roménia e na Hungria no século XVI. A balalaica, frequentemente associada ao acordeão, é rainha na Bielo-Rússia e na Ucrânia.
Música da Bielo-Rússia

A Bielo-Rússia é um país com uma rica e única tradição folclórica e música religiosa. A tradição da música folclórica na Bielo-Rússia remonta ao Grande Ducado da Lituânia. No século XX, sob o controlo soviético o país tem um grau limitado de desenvolvimento musical, para não dizer mesmo nulo, por causa da orientação musical nacional que é considerada uma afronta e perigosa para a autoridade soviética.
Música da Bulgária
A música búlgara faz parte da tradição balcã, com um som único e distinto. A música tradicional da Bulgária teve bastante sucesso internacional.
Na Bulgária usam-se instrumentos folclóricos, que hoje são variantes do tradicional instrumento da Turquia.
Mas os mais usados na Bulgária são a Gaita-de-foles, muito usada na Escócia; a Kaval (parecido com uma flauta), que é muito próxima à da Turquia; a Gadulka, parecido com o violino; a tarola (muito parecida a uma das partes que constitui uma bateria); e a tambura, que é da família da guitarra.
Para os casamentos toca-se essencialmente acordeão, clarinete, saxofone, tarola, o bass eléctrico e a guitarra eléctrica.
Mas o que marca realmente a Bulgária na música tradicional são as famosas Vozes Búlgaras, pois têm uma riqueza extraordinária, misturando estranhas melodias, ritmos complexos, compassos exóticos, harmonias únicas e coros femininos límpidos e cristalinos.
A primeira reacção ao escutarmos um coro de vozes búlgaras é sem dúvida a estranheza. Não é normal e poucas vezes parecerá humano a alternância da violência vocal destas mulheres com a doçura das suas vozes.
Para alguém mais informado sobre teoria musical ainda parecerá mais estranha a justaposição de escalas binárias, cromáticas e pentatónicas aliadas a uma tão grande riqueza melódica e rítmica.
Detentoras de uma tradição milenar, estas mulheres encantam quem as ouve, não só pela sua simplicidade, mas também pelo seu encanto que diga-se, reside somente na voz.
Música da Ucrânia

A música ucraniana tem vários tipos de categorias, uma delas é o tipo arcaico da modalidade “A Capella” uma música cuja frase é cantada por um solista e é respondida por uma frase em coro de duas ou três vozes verticais; poli, hetero e harmónicas. Este tipo de música actualmente encontra-se apenas nas vilas isoladas.
A música vocal exibe uma grande variedade de formas – a monofonia, heterofonia, homofonia, harmofonia e a polifonia. Os instrumentos tradicionais incluem: a bandura, o violino basolya, a hurdy – gurdy, e a kobza( parecido com as guitarras do fado).
Os instrumentos tradicionais de grupo mais conhecidos são o violino, a flauta, e o tambor. Mas o instrumento mais distinto e único na Ucrânia é sem dúvida a bandura. A bandura foi uma invenção do século XIX usada no folclórico e nas músicas semi-clássicas.
Um nome da música clássica é Serguei Sergeievich Prokofiev, pianista e compositor do modernismo clássico bastante conceituado, conhecido como um “enfant terrible” pelo exagero nas suas composições, ganhou fama pelas suas obras muitas vezes incompreensíveis.
Natural de Sontsovka, cidade localizada na actual Ucrânia (antigo Império Russo), nasceu em 1891.
As criações de Prokofiev são ricas tanto nas invenções melódicas quanto na arte de instrumentação, conseguindo mesclar elementos de percussão e lirismo.
Algumas composições são irónicas, sugerindo ao mesmo tempo um forte apelo popular e subtis demonstrações de refinamento. Mas boa parte da sua música é fácil, engraçada e até romântica. Prokofiev morreu em 1953.